Dr. Lais Marques da Silva
Ex-Cústodio e Presidente da JUNAAB
Não precisamos de cavaleiros em armaduras de aço, defendendo o mundo contra dragões.
Não precisamos de seres especiais com mensagens de paz e de amor, pois eles já estiveram por aqui e os recebemos com flechas, cruzes, pedras e espadas.
O que realmente precisamos é de seres humanos, humanos como eu e você.
Seres cheios de falhas, defeitos e fracassos, mas também carregados de boa vontade e de vitórias do dia-a-dia com coração bondoso.
Precisamos de pessoas que despertem a cada amanhecer com a consciência tranquila e cristalina de que estão fazendo o melhor que podem com a experiência chamada Vida.
Que gostem de ajudar outras pessoas, não porque a religião assim recomenda ou porque Deus lhes dará alguma recompensa, mas apenas pelo simples prazer de ver outra pessoa feliz e sorrindo, pela boa vontade de dar a mão aos que vivem no escuro e seguem a cada dia caindo, caindo.
Pessoas que brilhem ao falar de amor ou do quanto contribuíram na vida de um estranho e que fiquem envergonhadas ao ouvir elogios e fujam correndo ao ouvir algum agradecimento.
Porque elas não querem um diploma ou ter escrito na testa o quanto estão sendo reconhecidas.
Afinal, elas não são anjos, mas apenas o José, a Maria, o André, o João, a Kátia ou a Cristina.
Que, mesmo famintos, compartilham o seu único pão sem egoísmo, sem obrigação, sem segunda intenção.
Pessoas assim são apenas gente, povão.
Não são intelectuais querendo caridade no curriculum, nem possuem os segredos do antigo Egito.
São donas de casa, trabalhadores, estudantes.
São velhos, jovens, brancos, pretos, letrados ou sem dentes, que, mesmo com motivos para chorar, escolheram sorrir.
Foram cravados por desilusões, tragédias, dores, mas continuam a caminhada.
Por que perceberam que Deus é Pai, é Mãe, é a Entrada e também a Saída e que, se Ele existe, Ele é amor transbordando, como um temporal e não um sujeito irritado, brincando com dados, julgando a nossa cegueira espiritual.
Esse Amor, que gera vida, vibra pelo ar mantendo a ordem, equilibrando o desequilibrado.
E se não cai uma folha sem Ele assim desejar, será que é por isso que, após a tempestade, teima o sol sempre em brilhar?
Alguns dirão que o sofrimento fez essas pessoas mais humanas, mas outros se lembram que o caminho da dor faz surgir tanto o ocioso quanto o trabalhador.
E para esses guerreiros da vida, o sofrer foi apenas uma ponte a atravessar, e, ao final da jornada, sementes deram lugar a um lindo pomar.
Seguindo sozinhos ou em grupos, nas religiões que fizeram para Cristo, nas cantigas de Krishna, na quietude do Budista ou no orar para Alah, em toda parte da terra essa gente ajuda, essa gente carrega.
Eles, sim, são verdadeiros alquimistas da alma, que transformam milhões de erros em amor vibrante e alegria interna.
Ajudando o são ou o moribundo, seguem brilhando na sua ventura de ser humano no mundo.
Se você conhece alguém assim, não aplauda, nem agradeça. Não faça isso ou assim.
Observe os seus passos e perceba como eles se entusiasmam fazendo outro sorrir.
Então você entenderá por que esses indivíduos seguem lutando e acreditando, mesmo com tudo para desistir.
Eles, sim, são heróis. São exemplos a seguir.
Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil – JUNAAB
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